Olá mulheres talentosas Restaurar, quero compartilhar com vocês este mês um pouquinho da variedade do artesanato potiguar. Olha o que achei na comunidade de Campo de Santana, localizada no município de Nísia Floresta, aqui no RN, há um grupo e mulheres que se dedica à técnica do labirinto, um híbrido entre o bordado e a renda, trazido pelos colonizadores portugueses e difundido pelo Nordeste brasileiro. A princípio utilizado principalmente em paramentos eclesiásticos, digo, nas igrejas, com o tempo passou a decorar toalhas de banquete, panos de bandeja, centros de mesa, palas de blusas e vestidos, entre outros usos.
Os trabalhos de labirinto, cuja técnica é repassada de maneira informal, uma geração a outra envolvem várias etapas – desfiar o tecido, torcer, encher e perfilar. Dependendo do tamanho da peça, pode-se levar dias ou meses para concluí-la. Por sua beleza, pela criatividade de seus motivos e pela identidade que expressa, é imperioso preservar esse artesanato, valorizá-lo e garantir sua sustentação econômica.
Já a comunidade de Alcaçuz, no mesmo município, é uma das únicas comunidades do Rio Grande do Norte que preservam a técnica da renda de bilros ou renda de almofada. Trazida da Península Ibérica e amplamente difundida pela costa brasileira, está frequentemente associada à atividade pesqueira dos maridos das rendeiras e foi durante séculos ensinada de uma geração a outra. Utilizada no vestuário e em peças de guarnição da casa, a qualidade e a beleza dos padrões da renda potiguar fizeram com que, nas décadas de 1970 e 1980, essa produção tivesse grande aceitação no mercado consumidor.
A partir de então, essa atividade entrou em acelerado processo de desaparecimento, uma vez que o tempo despendido com trabalho tão delicado provocou a não competitividade do produto numa sociedade cada vez mais industrializada. Nesse contexto, o projeto Renda Minha, do Artesanato Solidário, atuou no sentido de valorizar a produção rendeira, visando à preservação de um importante aspecto de nossa cultura tradicional e à melhoria da qualidade de vida das mulheres que são depositárias desse saber ancestral.
As artesãs das duas localidades estão reunidas na Associação das Rendeiras de Alcaçuz e na Associação das Labirinteiras de Campo de Santana.
Com este lindo artesanato espero que vocês se inspirem cada dia mais e continuem como estas mulheres daqui a fazer as coisas mais lindas para nos vestir e decorar as nossas casas.
Beijos no coração,
Pastora Ana Lúcia
Ministério Apostólico Restaurar em Natal
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